Uvas provenientes do Douro Superior -- e não da Quinta do Crasto, onde o vinho é apenas elaborado e engarrafado. Segunda safra, produção pequena (cerca de 1.500 garrafas), vinhas velhas com idade média de 70 anos, baixo rendimento (400gr/videira) de diversas variedades plantadas no mesmo local.
Amarelo palha com reflexos verdeais, muito límpido e brilhante. Nariz pouco intenso, notas cítricas sutis. Na boca é muito mineral, untuoso, média acidez e complexidade. Amargor intenso, algo de menta, ótima concentração de fruta e final muito longo. Vinho promissor, que nessa safra peca pela falta de melhor acidez (explicou-se depois que isso se deve ao ano ter sido muito quente). Ótimo.

Mais de 30 castas diferentes, vinhas com mais de 60 anos, estágio em barrica por 18 meses. Em 2004 não se elaborou o Vinha Maria Teresa e as uvas desse vinhedo foram aproveitadas na elaboração do Reserva.
Líquido de cor violácea, límpido e brilhante, tinge a taça. Nariz elegante, grande complexidade aromática. Notas de violeta, ameixa preta, baunilha, especiarias, tostado e café. Na boca, a madeira destaca-se no início. Ótima evolução na taça, mostrando excelente concentração de fruta, taninos numerosos, acidez alta, amargor sutil, notas minerais, tostadas e de café. Engarrafado em maio de 2006, ainda está muito novo mas já se percebe o enorme potencial. Um dos melhores custo/benefício do mercado brasileiro. Decantar por 3 horas, caso queira bebê-lo agora. Beber: 2009-2017. 92+ps. E.

Corte de 60% Touriga Nacional, 25% Tinta Roriz (Tempranillo) e 15% Touriga Franca, com estágio de 18 meses em carvalho francês 60% novo. Cerca de 30 mil garrafas elaboradas.
Rubi com reflexos violáceos. Nariz aberto, dominado aparentemente pela touriga nacional (mais até que o monocasta, servido depois). Enorme elegância. Mineral, ervas, mentol, ligeiro herbáceo, chocolate e um leve 'adocicado'. Delicado, fino, mas intenso. Não se destaca pela acidez, que é apenas média, porém tem ótima estrutura, taninos macios, final longo e fundo de copo delicioso. Bastante diferente dos vinhos da Quinta do Crasto, mais 'verde', um pouco mais próximo do estilo clássico. Excepcional.

Violáceo com halo aquoso. Nariz que não se destaca pela intensidade. Aromas sutis, grande profundidade, bastante mineral com um fundo tostado. Na boca é intenso, potente, e extremamente elegante. Taninos empoeirados, finos, numerosos e marcantes. Altíssima acidez, grande concentração de fruta e muita mineralidade. Complexo, abriu imensamente com o tempo... a cada momento uma nova nuance se destacava, algo delicioso de se acompanhar. Mais próximo do estilo de um Bordeaux (tanto ou mais que o Xisto -- que sugere esse tipo de comparação em razão de ser fruto da parceria da família Roquette com Jean-Michel Cazes, do Ch Lynch-Bages). Apesar do alto nível dos vinhos servidos nesta noite, consegue se colocar acima dos demais. Estupendo! 95+pts. Excepcional.

Púrpura, retinto, límpido e brilhante. Aromas quase austeros para um monocasta de touriga nacional, não revelando desde o início as notas típicas. Nariz interessante, meio retraído, lembrando café, frutos negros, liquirizia e, só depois de um tempo, violeta e ameixa. Na boca, a touriga nacional explode com potência e intensidade, juntamente com notas de café, licor de cacau e, no fundo de copo, ligeiro traço herbáceo. Alta acidez, taninos muito finos e álcool aparecendo um pouco. Grande estrutura, final médio a longo. Excelente.

Púrpura, límpido e brilhante. Floral destacado, lembrando violetas. Ameixa exuberante, taninos finos, ótima acidez, mas não é dos mais complexos. 90-91. Excelente.